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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

A propósito

Dos últimos posts deste blog achei que podia falar um pouco da minha experiência, das minhas crendices e achamentos.
A Sara disse há tempos que eu tenho tendência para falar apenas das coisas boas do meu Minúsculo, mas a realidade é que não tenho coisas más para falar. Felizmente nunca ficou doente (para além de um nariz entupido) e o seu temperamento é de fácil trato (menos quando tem sono, quando está super-estimulado ou há algum tempo sozinho e quer atenção. o que me parece perfeitamente normal). Nunca sofreu de cólicas, nem de horas de sono trocadas e sempre tivemos, desde o primeiro dia, uma coexistência muito pacífica.
Não quero com isto dizer que não existam birras, que não existam noites más, que ele não tenha a sua personalidade e os seus ginetes, que não me teste, que não existam alturas em que eu me canso ou irrito, porque claro sim, claro que existem e nem ele é um santo nem eu sou um monge budista doutorado em paciência ilimitada. No entanto penso que tudo isso faz parte da evolução natural dos bebés e são fases com as quais temos que lidar o mais calmamente possível com a certeza de que irão passar, porque a meu ver quanto mais calmas estivermos mais calmos eles ficam (aqui há tempos eu passei por uma fase de enorme stress, por motivos alheios a todas as questões que envolvem a maternidade e afins, por motivos de saúde minha, e notei que ele também ficou muito mais agitado, era muito mais difícil lidarmos um com o outro).
O único ponto crítico deste Minúsculo é o sono, quer dizer é o adormecer, porque ele dorme muito bem, doze horas por noite, das 20:30 às 08:30 mais coisa menos coisa com um biberon por volta da 01.00 que lhe dou antes de eu ir dormir, faz duas ou três sestas por dia, desde cerca dos dois meses que dorme a noite inteira e desde os três que dorme no seu próprio quarto. A questão é que a janela entre o já-estou-demasiado-cansado-para-estar-acordado-e-já-dormia e o já-deixaste-passar-o-momento-e-agora-estou-mesmo-rabujento é tão pequena como uma paramécia, raramente conseguimos conciliar a nossa vidinha com esse momento tão efémero e muitíssimo facilmente ele entra no campo da birra e da luta contra o sono (a primeira grande birra de sono que fez tinha apenas dois dias, foi depois de um dia de muitas visitas ainda no hospital e já foi carregadinha de lágrimas!) - basta andar na rua, basta receber visitas, basta estar mais estimulado, basta estar entusiasmado com novas façanhas que acabou de descobrir que consegue fazer etc etc. Como tal acaba, grande maioria das vezes, por adormecer ao meu colo, sentadinhos no sofá, no quarto dele, na sala, aqui em casa ou noutra freguesia, agarrados à fraldica e à chucha enquanto lhe falamos baixinho sobre o que fizemos durante o tempo que estivémos acordados ou o que iremos fazer quando acordarmos.
Ora todos me dizem que isto é um péssimo hábito, todos me despejam mil e uma teorias, livros e técnicas sobre o que eu devia fazer para deixar de o adormecer ao colo (claro que eu nestes-quase-nove-meses já tive oportunidade de experimentar muitas!) e todos me rogam pragas de como vou sofrer horrores num futuro próximo, como estou a criar um pequeno enorme tirano mimado, mas a questão é que eu simplesmente prefiro tê-lo pacificamente adormecido nos meus braços em mais ou menos cinco minutos do que em horas de birra agonizante, porque infelizmente é o que acontece. É verdade. Já tentei. Muitas vezes. Muitas, muitas vezes. Não acredito que lhe faça assim tão bem a ele - nem aos seus pulmões que, a julgar pelos décibeis que debita desde o dia um, já vinham em óptimo estado - e tenho a certeza absoluta que não me faz bem a mim!!! Acredito, outra vez, que o bem estar da mãe, físico e mental, se reflete no bem estar do bebé.
Não sou apologista do choro controlado, dá-me cabo dos nervos, e noto que ele fica num crescente exaltamento que só piora e atrasa as coisas. Entramos os dois num esquema de pescadinha-de-rabo na boca que é pior a amêndoa que o cimento! Conheço-lhe, como qualquer mãe, muito bem os choros, choradinhos e choraminguices, sei quando é coisa para um minuto ou dois, sei quando é coisa para um crescendo em alegreto galopante; aí não me acanho e vou logo ter com ele. Acredito, muito!, que os afectos são importantes, os beijinhos, os abracinhos, os olhares cumplices, os contactos fisicos, as brincadeiras, a sesta que dormimos juntos etc, e não lhos poupo; acredito que o fazem sentir seguro, acredito que é por isso que consigo que ele se entretenha sozinho (sem me ver, porque se entretem bem sozinho desde que eu esteja na mesma sala que ele) durante longos períodos de tempo (uma horinha de manhã no máximo, e periodos de meias horas da parte da tarde) que me permitem tratar da casa, de mim e de toda a logística que ele implica ou então simplesmente não fazer nada, acumulando pilhas de roupa e quejandos por aqui e por ali, o que me sabe a melão com presunto e coca-cola 8)
Agora que se mexe muito bem pela casa toda é claro que faz birras passado algum tempo de estar no parque ou acordado na cama, e para mim faz todo o sentido que depois de provado o doce sabor da liberdade se sinta mal preso. Acho apenas salutar que se ponha em pé agarrado às grades num enorme pranto, acho sinal de inteligência, muito embora às vezes não me convenha nada ou não me apeteça.
Optei por modificar a minha decoração e retirar objectos potencialmente perigosos da casa toda do que me esforçar por habituá-lo a estar preso, e por fazer tarefas que sei que não poderei interromper facilmente se ele me chamar - como tomar banho - quando ele está a dormir. Prefiro tê-lo ao meu lado na cozinha entretido com uma colher de pau e uma tampa de um tacho enquanto eu arrumo loiça ou faço sopa etc do que estar a fazer isto ouvindo-o gritar desesperamente da sala. Desde que gatinha e me persegue que as birras quase que acabaram - menos quando volta e meia se ofende por não o deixar comer os comandos da tv ou subir para a mesinha de café no meio da sala - por isso acho que ainda há esperança para as mães dos birrentos-pré-gatinhantes. Nada temam! ;)
Ainda o mês passado eu dizia que tinha sido o mês em que ele tinha evoluído mais, este mês digo que é este (provavelmente para o próximo também o direi) porque ganhou independência, ganhou muita segurança em si próprio, revelou muito mais da sua personalidade, faz muito mais companhia, interage muito mais, toca-me nas pernas quando estou atarefada ri-se e desata a fugir - parece que me desafia para jogar a apanhada, já percebe muito bem o não com a enorme diferença que agora já o respeita :D \o/ Já bebe àgua sozinho, quando quer vai buscar um dos copos/biberons que tenho espalhados pela casa, já me pede colo, até já se dirige para a cozinha quando tem fome. Acho que o facto de estar com ele em casa desenvolve mais rapidamente este tipo de entendimento.
Quanto a rotinas, bom, aqui me confesso, não sou muito dada a rotinas, nunca fui, e sou desorganizadíssima por natureza. Mas sou muito dada a paz. Acredito que não é preciso uma rotina de fazer tudo sempre igual e à mesma hora no mesmo sítio para haver paz. Acredito que a paz vem de uma boa relação com o mundo e as pessoas com quem se interage e se está, acredito que isso será o suficiente para se estar sempre bem, em qualquer lugar e em qualquer circunstância.

14 comentários:

Anónimo disse...

Tenho acompanhado o blog e é a primeira vez que comento por aqui.Tenho um pirralho com 18 meses e este texto podia ter sido escrito por mim.Subscrevo inteiramente tudo o que escreveste.Adormeci o meu filho ao colo e no carrinho durante meses e meses e a transição para o adormecer sozinho acabou por se revelar mais fácil do que eu pensava.O essencial é eles sentirem-se seguros,terem as suas rotinas,descobrirem aos poucos que estamos sempre lá quando precisam.Nunca suportei deixar o meu filho a chorar por muito tempo e nunca suportei tê-lo sempre preso no mesmo sítio(e as discussões que isto provocou...).Há que lhes dar espaço,deixá-los descobrir as coisas,ficarmos na retaguarda,deixá-los à vontade mas não à vontadinha,se me faço entender:)E acima de tudo é bom não esquecer que são bébés,estão a crescer e há que lhes dar tempo para eles se habituarem a certas situações,como adormecer sozinhos por exemplo.Não funciona pra todos é verdade e ainda bem,senão não seriam os seres humanos únicos que são,cada um especial à sua maneira.
(grand testamento lol)
p.s.gosto muito de vos ler a todas:)

Patricia disse...

As comparações são inevitáveis mas eu já cheguei à conclusão que cada caso é um caso. É óbvio que não há só coisas boas. Mas nem todas as coisas boas acontecem de igual forma e ao mesmo tempo, nem as más. As birras, os ginetes, as manias... tudo isto faz parte, tal como fazem parte os sorrisos, as descobertas,as bocas pintadas com rímel.

Quanto ao colo, também eu ouvi muito sermão. Mas a verdade é esta: se não lhes dermos colo agora, damos quando? Se vamos sofrer mais tarde por isso? Opah, paciência. Mas aproveitamos os momentos e esses já ninguém nos tira.

Um dia de cada vez, um "problema" de cada vez, uma solução de cada vez.

A minha tem quase 2 anos e meio e ainda hoje gosta de estar ao "macolo[meu colo]" e eu adoro que ela aqui esteja.

Que sera, sera!

Abraçar disse...

Minha querida, como sabes concordo contigo e já te disse até que se ele dorme bem contigo ao colo, não velo mal nenhum nisso.
O importante é que ambos estejam bem e isso parece-me que estão.

Um beijinho

Supertatas disse...

ehehhe tanta conversa e ele hoje adormeceu sozinho :D

Step by Step disse...

A questão do adormecer nunca foi pacífica aqui em casa. Eu embutida de toda a pedagogia dos livros e revistas, experiências de outros blogs, programas de televisão, conselhos do pediatra começei a querer impor que o Miguel adormecesse por si na sua caminha um pouco antes da licença de maternidade acabar. Tenho a dizer que foi um stress, o puto gritava até ficar vermelho, a tossir e com as lágrimas a escorrerem pelo rosto abaixo. O meu marido discutiu muitas vezes comigo pois achava aquilo uma violência para o bebé e que até o podia traumatizar. Eu ficava com o coração partido mas queria levar o plano adiante pois só pensava que não podia andar a embalá-lo tanto tempo quando fosse trabalhar e que depois seria difícil para a minha mãe e para a minha sogra andarem a fazer o mesmo. Por outro lado tinha sempre presente na cabeça que era bom impor rotinas e esperava pacientemente que isso fosse resultando com o tempo.
A verdade é que tive que dar razão ao meu marido, o plano simplesmente não resultava com o Miguel, ele não só não adormecia como ficava a soluçar quase meia hora depois de o ir buscar e aconchegar ao colo.

Hoje em dia fico 5 minutos com ele ao colo no escuro dando-lhe beijinhos nas bochechas e depois ponho-o na caminha dele com a chucha e com o boneco e ele lá acaba por adormecer, sem choros nem violências psicológicas. Arrependo-me muito de o ter feito chorar tantas vezes por querer à força impor uma coisa que simplesmente não é feita para resultar com todos os bebés ... cada um tem o seu ritmo e uns mais cedo outros mais tarde acabarão por adormecer sozinhos.

Não deixa de ser irónico como queremos por vezes que tenham atitudes/comportamentos de meninos crescidos mas depois já temos saudades de ver as fotos de meses passados. Concordo contigo se não for agora qdo iremos dar-lhes colo?

Bjs,
Ana

by Deva disse...

Quanto ao colo cada vez que é preciso faço-o de igual forma.
No que escreves sobre a rotinas assino por baixo.
Beijinhos*

Dunga disse...

Concordo EM ABSOLUTO com este post! Sobretudo a parte respeitante ao colinho. Nunca suportei ver a minha filha chorar tempos e tempos seguidos! Ao contrário do que dizem, que abre os pulmões!, acho que só lhes faz ganhar crises de nervos, que obviamente não lhes fazem bem nenhum...

Su disse...

Felizmente ainda há pessoas que seguem o seu instinto, o seu coração! Seja o que for, seguem-no! Não se limitam a olhar para as páginas dos livros, para as explicações científicas, ou para os conselhos dos outros.

Felizmente há quem olhe os seus filhos nos olhos e com a calma necessária, os entenda, lhes perceba os sinais e que comuniquem assim, tão profundamente!

Não critico quem não pensa e não age como tu, mas não posso deixar de me sentir acompanhada nesta maneira (permissiva, dizem-mo várias vezes...) de deixar as crianças crescer!

Fecho este comentário com um grande sorriso nos lábios!

Mãe das Marias disse...

Assino em baixo!!! Concordo com tudo! Coração de mãe é que sabe o melhor a fazer em cada altura...

beijos

casulo disse...

E eu idem, idem, muitas aspas! Alguns meses depois do meu nascer, e depois de passar aquela fase alucinante em que parecemos autómatas, percebi que tudo o que tinha lido era praticamente inútil. Não é por acaso que a teoria se escreve depois da prática e, em estados de desespero, tentar seguir o que outros doutrinaram não é a melhor solução. Nós temos mesmo de passar pela prática para chegar à "teoria" aplicável ao nosso filho.
E a tranquilidade é o bem essencial a preservar, sem dúvida. Em paz conseguimos percebê-los melhor, perceber o seu ritmo e os seus gostos.

Quanto ao colo, aqui em casa também há em abundância. Quase todas as noites, bastam uns 2 minutinhos de conversas calmas ao ouvido e temos noites de sono tranquilo para todos. A nossa prioridade é criar uma criança confiante e com autoestima. E isso só se consegue, parece-nos, tentanto criar um bebé que se sinta o mais seguro e confortável possível. Uma criança insegura terá certamente muito mais dificuldade em explorar o mundo e com ele aprender. E que noção de segurança se está a incutir a um bebé deixando-o a chorar pela presença dos pais até adormecer por exaustão? Estas teorias visam beneficiar as crianças ou os pais? É que eu dispenso que se preocupem com o estado da minha coluna daqui a uns anos.

morgy disse...

Nota-se cada vez mais como o gabriel e o vasco são muito parecidos na personalidade (pelo menos para já ;) ) Até agora só vejo uma diferença, eu andei desesperadissima como os sonos dele quando tinha uns 3 meses. A coisa prolongou-se até aos 4 meses e meio. Mas o gabriel nunca gostou muito do adormecer ao colo, tirando o sling e eu sempre tentei que ele dormisse na cama, mesmo que tivesse que o adormecer ao colo gostava de o conseguir passar depois para a cama e nunca fui capaz de o fazer.
(e ele ainda agora gosta é de dormir na cama e não no colo).
Entretanto acertamo-nos e aprendi a ler melhor os sinais dele e as necessidades e rotina própria dele para dormir.
Depois de meses sem conseguir que ele dormisse durante o dia agora tenho um miúdo que aos quase 10 meses ainda faz 3 a 4 sestas por dia e dorme 12h à noite.
Precisa muito de dormir o meu filho :) sai à mãe!
Acho que se o consegues adormecer fácil e rapidamente ao colo não vejo problema nenhum nisso. Acho que só mães que não passaram por ter um bebé aos gritos todo o dia, ou a gritar e a contorcer-se durante uma hora para depois dormir 10 minutos é que podem dizer que o colo lhe faz mal.
Podes tentar arranjar uma rotinazita fléxivel de deitar, mas não acredito que aos 4 anos ele ainda precise de colinho para adormecer. As coisas vão lá com calma.
Como já vi noutro lado, não há mal nenhum em adormecer o bebé ao colo desde que estejamos preparados para fazê-lo durante muito tempo ;)

Supertatas disse...

o meu dorme sempre na cama, adormece ao colo e é imediatamente passado para a cama que é onde tb se sente bem e se expande :))

letra disse...

olá :-)
continuo a achar-vos muito sensatas no equilibrio,abertura e flexibilidade. o sebastião adormece sozinho na cama dele desde muito pequenino mas nunca houve grandes dramas, tem a rotina que ele conhece e interiorizou do "banho, jantar, xi coracao e dormir". a minha dificuldade está nas sestas durante o dia, aí é que "a porca torce o rabo". há a tal janela de oportunidade de que falaste há uns dias e que eu nem sempre sei ainda ler e há uma ambivalência dele entre querer dormir e querer tudo o que não seja dormir! e eu ainda não sei bem distinguir os 2 desejos para o ajudar a concretizá-los..
continuem bem e em paz como parecem estar! :-)
ritaR

Anónimo disse...

é precisamente por não acreditar em teorias que não comprei livros sobre bebés e crianças. consulto apenas livros relacionados com a saúde. cada criança é uma criança e nós, mães, somos todas diferentes. se soubesses o quanto sou massacrada pela minha mãe por o aziz, ao deixar o peito com 1 ano, ter deixado de beber leite!!!! a mim nunca me fez confusão ele não gostar de biberão e de leite (seja de vaca, cabra ou soja, experimentei todos) e no entanto há miúdos da idade dele, com 3, que não adormecem sem um biberão de leite. bem... isto apenas para vermos como eles são todos diferentes e não são teorias belamente elaboradas que nos ditam como sermos mães.
beijinhos paula.