Todo o santo dia
domingo, 5 de outubro de 2008
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
Cansaço
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
A propósito
Dos últimos posts deste blog achei que podia falar um pouco da minha experiência, das minhas crendices e achamentos.
A Sara disse há tempos que eu tenho tendência para falar apenas das coisas boas do meu Minúsculo, mas a realidade é que não tenho coisas más para falar. Felizmente nunca ficou doente (para além de um nariz entupido) e o seu temperamento é de fácil trato (menos quando tem sono, quando está super-estimulado ou há algum tempo sozinho e quer atenção. o que me parece perfeitamente normal). Nunca sofreu de cólicas, nem de horas de sono trocadas e sempre tivemos, desde o primeiro dia, uma coexistência muito pacífica.
Não quero com isto dizer que não existam birras, que não existam noites más, que ele não tenha a sua personalidade e os seus ginetes, que não me teste, que não existam alturas em que eu me canso ou irrito, porque claro sim, claro que existem e nem ele é um santo nem eu sou um monge budista doutorado em paciência ilimitada. No entanto penso que tudo isso faz parte da evolução natural dos bebés e são fases com as quais temos que lidar o mais calmamente possível com a certeza de que irão passar, porque a meu ver quanto mais calmas estivermos mais calmos eles ficam (aqui há tempos eu passei por uma fase de enorme stress, por motivos alheios a todas as questões que envolvem a maternidade e afins, por motivos de saúde minha, e notei que ele também ficou muito mais agitado, era muito mais difícil lidarmos um com o outro).
O único ponto crítico deste Minúsculo é o sono, quer dizer é o adormecer, porque ele dorme muito bem, doze horas por noite, das 20:30 às 08:30 mais coisa menos coisa com um biberon por volta da 01.00 que lhe dou antes de eu ir dormir, faz duas ou três sestas por dia, desde cerca dos dois meses que dorme a noite inteira e desde os três que dorme no seu próprio quarto. A questão é que a janela entre o já-estou-demasiado-cansado-para-estar-acordado-e-já-dormia e o já-deixaste-passar-o-momento-e-agora-estou-mesmo-rabujento é tão pequena como uma paramécia, raramente conseguimos conciliar a nossa vidinha com esse momento tão efémero e muitíssimo facilmente ele entra no campo da birra e da luta contra o sono (a primeira grande birra de sono que fez tinha apenas dois dias, foi depois de um dia de muitas visitas ainda no hospital e já foi carregadinha de lágrimas!) - basta andar na rua, basta receber visitas, basta estar mais estimulado, basta estar entusiasmado com novas façanhas que acabou de descobrir que consegue fazer etc etc. Como tal acaba, grande maioria das vezes, por adormecer ao meu colo, sentadinhos no sofá, no quarto dele, na sala, aqui em casa ou noutra freguesia, agarrados à fraldica e à chucha enquanto lhe falamos baixinho sobre o que fizemos durante o tempo que estivémos acordados ou o que iremos fazer quando acordarmos.
Ora todos me dizem que isto é um péssimo hábito, todos me despejam mil e uma teorias, livros e técnicas sobre o que eu devia fazer para deixar de o adormecer ao colo (claro que eu nestes-quase-nove-meses já tive oportunidade de experimentar muitas!) e todos me rogam pragas de como vou sofrer horrores num futuro próximo, como estou a criar um pequeno enorme tirano mimado, mas a questão é que eu simplesmente prefiro tê-lo pacificamente adormecido nos meus braços em mais ou menos cinco minutos do que em horas de birra agonizante, porque infelizmente é o que acontece. É verdade. Já tentei. Muitas vezes. Muitas, muitas vezes. Não acredito que lhe faça assim tão bem a ele - nem aos seus pulmões que, a julgar pelos décibeis que debita desde o dia um, já vinham em óptimo estado - e tenho a certeza absoluta que não me faz bem a mim!!! Acredito, outra vez, que o bem estar da mãe, físico e mental, se reflete no bem estar do bebé.
Não sou apologista do choro controlado, dá-me cabo dos nervos, e noto que ele fica num crescente exaltamento que só piora e atrasa as coisas. Entramos os dois num esquema de pescadinha-de-rabo na boca que é pior a amêndoa que o cimento! Conheço-lhe, como qualquer mãe, muito bem os choros, choradinhos e choraminguices, sei quando é coisa para um minuto ou dois, sei quando é coisa para um crescendo em alegreto galopante; aí não me acanho e vou logo ter com ele. Acredito, muito!, que os afectos são importantes, os beijinhos, os abracinhos, os olhares cumplices, os contactos fisicos, as brincadeiras, a sesta que dormimos juntos etc, e não lhos poupo; acredito que o fazem sentir seguro, acredito que é por isso que consigo que ele se entretenha sozinho (sem me ver, porque se entretem bem sozinho desde que eu esteja na mesma sala que ele) durante longos períodos de tempo (uma horinha de manhã no máximo, e periodos de meias horas da parte da tarde) que me permitem tratar da casa, de mim e de toda a logística que ele implica ou então simplesmente não fazer nada, acumulando pilhas de roupa e quejandos por aqui e por ali, o que me sabe a melão com presunto e coca-cola 8)
Agora que se mexe muito bem pela casa toda é claro que faz birras passado algum tempo de estar no parque ou acordado na cama, e para mim faz todo o sentido que depois de provado o doce sabor da liberdade se sinta mal preso. Acho apenas salutar que se ponha em pé agarrado às grades num enorme pranto, acho sinal de inteligência, muito embora às vezes não me convenha nada ou não me apeteça.
Optei por modificar a minha decoração e retirar objectos potencialmente perigosos da casa toda do que me esforçar por habituá-lo a estar preso, e por fazer tarefas que sei que não poderei interromper facilmente se ele me chamar - como tomar banho - quando ele está a dormir. Prefiro tê-lo ao meu lado na cozinha entretido com uma colher de pau e uma tampa de um tacho enquanto eu arrumo loiça ou faço sopa etc do que estar a fazer isto ouvindo-o gritar desesperamente da sala. Desde que gatinha e me persegue que as birras quase que acabaram - menos quando volta e meia se ofende por não o deixar comer os comandos da tv ou subir para a mesinha de café no meio da sala - por isso acho que ainda há esperança para as mães dos birrentos-pré-gatinhantes. Nada temam! ;)
Ainda o mês passado eu dizia que tinha sido o mês em que ele tinha evoluído mais, este mês digo que é este (provavelmente para o próximo também o direi) porque ganhou independência, ganhou muita segurança em si próprio, revelou muito mais da sua personalidade, faz muito mais companhia, interage muito mais, toca-me nas pernas quando estou atarefada ri-se e desata a fugir - parece que me desafia para jogar a apanhada, já percebe muito bem o não com a enorme diferença que agora já o respeita :D \o/ Já bebe àgua sozinho, quando quer vai buscar um dos copos/biberons que tenho espalhados pela casa, já me pede colo, até já se dirige para a cozinha quando tem fome. Acho que o facto de estar com ele em casa desenvolve mais rapidamente este tipo de entendimento.
Quanto a rotinas, bom, aqui me confesso, não sou muito dada a rotinas, nunca fui, e sou desorganizadíssima por natureza. Mas sou muito dada a paz. Acredito que não é preciso uma rotina de fazer tudo sempre igual e à mesma hora no mesmo sítio para haver paz. Acredito que a paz vem de uma boa relação com o mundo e as pessoas com quem se interage e se está, acredito que isso será o suficiente para se estar sempre bem, em qualquer lugar e em qualquer circunstância.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Caros leitores
Depois da participação massiva (!) no post Rotinas e em jeito de balanço, julgo que mais importante do que uma discussão agressiva, que não é de todo o que se pretende com este blog, foi muito interessante a troca de ideias que aconteceu nos comentários que nos foram deixando.
Cada mulher tem uma forma muito própria de ser mãe e muitas vezes, eu incluída (e mais vezes do que desejaria) perguntamo-nos se estaremos a fazer bem. Mais vezes ainda e ao ler os inúmeros blogs, livros e artigos que por aí ressaltam, perguntamo-nos "mas será que o meu bebé é normal"?
Concorde-se ou não, do que li dos comentários, parece-me que somos todas mães de bebés saudáveis e acarinhados.
Por todas estas razões, deixo aqui uma ou duas dicas, para além daquelas que tenho deixado ao longo destes meses todos e que, quem quiser pode aproveitar:
* Para dormir:
- Depois do banho, dou a sopa e a fruta (entre as 19 e as 20 h). O M. gosta de brincar um bocadinho depois de jantar, mas quando está com sono, esfrega os olhos e começa a atirar-se para cima de nós. É esse o sinal. Pego nele, verifico a fralda, dou-lhe um beijinho, deito-o, digo-lhe uns miminhos, chucha, boneco e música. O mais importante? Vou-me imediatamente embora. Não há palmadinhas no rabo, não há colos, não há cantorias. Raramente adormece depois das 21h30 (o normal é ir para a cama às 20h30 e ficar logo a dormir até ao dia seguinte, sem quaisquer interrupções).
A excepção: se está doente ou mais inquieto, faço tudo o que não se deve fazer: colinho, cantorias até adormecer.
Desde quando : desde sempre. Desde que nasceu que o meu procedimento e o do pai é este.
Se assim não for, ele estranha e não dorme, o que é particularmente notório quando vamos jantar a casa de alguém e ele não tem os seus rituais.
* Para acalmar birras (daquelas que, esgotadas as hipóteses sono, fome e fralda suja, já não sabemos de onde vêm):
- Pego nele e deito-o na minha cama, deitando-me eu ao lado dele. Falo-lhe com calma, canto e digo-lhe coisas ao ouvido. Às vezes resulta, outras não.
* Para fazer cocó (ah pois, porque só quem tem um bebé com este problema é que dá valor a esta dica):
- Sopa : pouca batata e pouca cenoura. Muito feijão verde e espinafres.
- Fruta: papaia, manga e laranja com bolacha.
- Água: não lhe toca. Detesta. A obstipação poderia ter a ver com este facto, mas acho que é mesmo dele, porque mesmo quando bebia apenas leite, tinha o mesmo problema.
- Leite de Magnésia (marca Philips) : remédio natural, de sabor a mentol; dou-lhe uma colherzinha depois de comer.
- Bebegel: tem de ser quando noto que já está mesmo muito incomodado.
E pronto. Espero que continuem a ler o Babygrows e a gostar do que vão lendo.
*
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Rotinas
terça-feira, 27 de novembro de 2007
A logística diária
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Regresso ao trabalho
07.15 - Despertar
07.20 - Dar biberon
07.30 - Vestir
07.45 - Tomar banho (eu)
08.00 - Tomar pequeno almoço
08.15 - Saír de casa
08.30 - Chegar à creche
Foi assim a manhã. Já não estava habituada a começar o dia tão cedo e sobretudo adaptar-me a toda uma nova logística, que inclui não me esquecer da sopa no frigorífico, por exemplo.
Sei que vou andar estoirada durante esta 1ª semana, mas depois hei-de me habituar.
Estou de volta ao mundo do trabalho e sinto-me muito burrinha, já nem me lembro das passwords dos programas...
sábado, 1 de setembro de 2007
O primeiro
Biberon do dia sempre foi complicado, depois de dormir tantas horas (das 21:00 às 07/08:00 com um intervalo à meia noite uma para um biberon em que nem sequer chega a acordar) o Minúsculo quer é conversa, brincadeira e comer é mentira!, com muita muita sorte e empenho consigo que beba no máximo uns 100 ml. É a refeição em que come menos, sempre foi, mas agora, desde que descobriu que é divertidíssimo dedilhar biberon acima biberon abaixo, os pequenos-almoços parecem concertos do Louis Armstrong, cheio de bochechas e tudo e tudo! Ri-se à brava com isto e sai-lhe o leite por tudo o que é sítio, ensaia gargalhadas e engasga-se.
Entretanto, também descobriu que quando está naquela posição meio-deitada-meio-inclinada de beber o biberon consegue, com ajuda dos cotovelos e esticando a cabeça toda para a frente, sentar-se firme e hirto ao meu colo!! Este esforço abismal da sua tenra abdominália tranforma-se num bolçanso constante do pouco que ingeriu enquanto tocava trompete (às vezes faz tantos acordes que me lembra mais uma daquelas lindas pianolas de boca que se usavam nos 80 do que propriamente um trompete) e num tremendo sorriso leitoso agarrando uns pés pelo caminho.
E pronto, são assim as nossas manhãs :)