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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Carta aberta ao Presidente da Câmara de Lisboa


Caro António Costa


Como moradora em Lisboa, compreendo e aceito que a cidade precisava de uma data de obras. As ruas estão um buraco pegado, o trânsito caótico e sem sentido, a zona ribeirinha mal aproveitada, etc.

O que me aborrece é a forma como está a proceder em relação à zona de guerra que criou. Colocar polícias mentecaptos em cada esquina a partir da qual não se pode passar, incapazes de explicar um itinerário alternativo de uma pessoa que mora na zona de confluência das trincheiras que vão ser criadas não é solução.

Hoje à tarde, como mulher previdente que sou, fui experimentar fazer o caminho que normalmente faço para ir trabalhar e deixar o petiz na creche. Por apenas 10 metros inultrapassáveis (sem razão aparente) vou ter de passar a dar uma volta enorme, sujeita ao trânsito que os desgraçados que vêem da Expo criam. O polícia que o senhor colocou na rua dos Fanqueiros, apenas me soube dizer, por trás do seu bigode farfalhudo:

"É assim, não sei porque é que os políticos decidiram isto assim mas olhe, vai ser um grande transtorno nos próximos 6 meses."

Pois vai. Mas eu só queria que ele me dissesse como raio é que eu vou aceder ao parque de estacionamento onde pago 30 € mensais para ir poder trabalhar. Isso ele não me soube explicar. Disse-me que há mapas com itinerários alternativos. Devia-lhe ter dito que não sou arquitecta nem topógrafa e que por isso a anormalidade dos mapas que o Sr. Costa disponibilizou servem-me apenas para a reciclagem. Isto porque eu não sou obrigada a saber que ruas são aquelas que o Sr. Costa não se deu ao trabalho de mandar identificar e mais ainda, de não perceber o imperceptível.

Por isso, Sr. António Costa só lhe queria deixar um agradecimento por tornar possível que a minha vida se torne num inferno nos próximos 6 meses (é melhor contar com um ano ou dois).