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sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Revolta

Apesar de não conhecer a amiga da Tatas que está a passar pela terrível provação de um parto normal há 24 horas, sabendo que vai ter um bebé morto, a minha solidariedade está com ela e a minha revolta também.
Bem sei que são situações de dimensão diferente mas como é que é possível que para se fazer um aborto legal de um bebé não desejado as coisas sejam de uma simplicidade (até) excessiva e no caso de uma mãe que desejou o filho, que tinha tudo planeado, pronto para o receber, a façam ficar mais de 24 horas em trabalho de parto, indo já na 3ª epidural e não a deixando estar com a família? Esta rapariga corre o risco de ficar irremediavelmente marcada por isto, um crime que a poderá deixar com sequelas físicas e com toda a certeza psicológicas.
Julgo que deve haver uma explicação para que nestas situações os médicos insistam no parto normal, mas tem de haver um limite, tem de haver ética e sobretudo sensibilidade para pôr cobro a uma violência destas. Se passado "x" horas não consegue a expulsão do bebé que se faça uma cesariana, de preferência com anestesia geral. Nenhum trabalho de parto hoje em dia dura 24 horas, quanto mais o de um nado-morto.

As pessoas por vezes irritam-se quando eu digo (ainda recentemente acerca das escolas públicas ou privadas) que em algumas situações, pagando temos um melhor serviço. Aqui está a prova. Se esta rapariga estivesse num hospital privado, já lhe tinham tirado o bebé, não a obrigando a passar por isto.

15 comentários:

Vendas disse...

Neste caso específico infelizmente tenho de concordar contigo.

Muito triste.

Anónimo disse...

Estou tb revoltada e quase que não acredito em como é possivel!!

Queria accrescentar que trabalho em educ. sexual e que fazer uma IVg em Portugal não é excessivamente fácil como foi referido e conheço muitos casos terriveis já com a nova lei aprovada mas parece-me que esse tema seria para outra altura e n é comparável a esta situação.

Sara disse...

Eu não digo que quem faz uma IVG não sofra. O que quero dizer é que "logisticamente" é mais fácil, e ainda bem que é. O que não é aceitável é a diferença de tratamento.

Anónimo disse...

O tratamento?? Mulheres que são enviadas para casa para abortarem sózinhas sem qualquer tipo de apoio ou suporte psicológico?

O que está aqui em questão é a situação de uma mãe que tem um bebé planeado e sonhado morto no seu ventre talvez possamos discutir noutra altura a questão da IVG!

Eu n consigo imaginar o que seria se eu estivesse nessa situação, é inadmissivel e completamente desumano passar por uma situação dessas ainda por cima sózinha e sem apoio directo dos familiares...

Esse hospital tem que ser responsabilizado!! Para que futuramente outras mulheres não passem por essa dor!

Anónimo disse...

Esta situação que a amiga da Tatas está a passar é de facto assustadora e totalmente desumana. Mas é preciso dizer que a razão pela qual se insiste num parto normal em situações como esta é justamente para garantir à mulher a possibilidade de voltar a engravidar rapidamente e com maior hipoteses de viabilidade da criança. Uma cesariana, mesmo sendo numa situação como esta menos traumática psicologicamente, não o é a nível físico e pode comprometer a fertilidade futura da mulher.
O que não tem explicação absolutamente nenhuma é o facto de alguém ter de passar por isto sozinha...

MamaBe disse...

é horrenda a situação...nao conheço a pessoa mas só de imaginar o estado dela as lágrimas surgem...país terceiro mundista. devo dizer que na maternidad epublica onde tive o meu feijão durante a cesariana correu tudo bem, o mesmo nao se pode dizer dos dias que lá passei. deveriam ser dias memoráveis por boas razoes e foram um pesadelo. só optei pela publica pq preferi meter o dinheiro na recolha daas celulas estaminais, pq o dinheiro nao estica e nao dá para tudo e têm que se fazer opçoes, pq de outra forma teria ido para o privado. esta situação da amiga da tatas é de todo intolerável e deveria ser exposta a entidades competentes para um processo!

Su disse...

É totalmente inaceitável! Como é possível que se permita tamanha desumanidade!

Isto é um atentado aos Direitos Humanos, e aos Direitos da Criança!

Nenhuma mulher deveria ser obrigada a passar por isto e vai deixar-lhe marcas que dificilmente vão passar. Pior, quando finalmente conseguir ter aquele filho, vão mandá-la um quarto onde estarão outras mulheres com os seus bebés recém-nascidos numa caminha a seu lado, felizes...

Vivemos num país pobre, miserável, economicamente e afectivamente.

mm disse...

Há um blogue de uma mãe que perdeu o filho já quase no final da gestação e que depois teve muito apoio de uma associação chamada Artémis, que se dedica mesmo a ajudar as mães que perderam filhos durante a gravidez.. Não sei se um ou outro ajudarão nalguma coisa, mas aqui ficam os links: http://activestresss.blogs.sapo.pt/
http://www.associacaoartemis.com/#
Talvez possam vocês mesmas contactar a associação e saberem o que podem fazer pela vossa amiga.

Luísa disse...

O que estão a fazer à amiga da Tatas é um crime! Já basta o que a moça está a passar por dar à luz um filho morto e ainda por cima não poder ter companhia e obrigarem-na a um longo trabalho de parto cujo desfecho já se conhece. Ninguém merece passar por isto. É revoltante!

morgy disse...

Não li os comentários para trás e provavelmente o que vou dizer já aqui foi dito. A minha primeira reacção foi precisamente a de, mas porque não está num hospital privado? como é possível esperar tanto tempo?
Depois lembrei-me de um pormenor importante, para além das razões óbvias de ser sempre preferível um parto normal a uma cesariana há outro particularmente importante em situações deste género.
O parto sendo normal a mulher pode voltar a engravidar em segurança muito mais rápido do que fazendo uma cesariana. E do ponto de vista psicológico, quando uma situação destas acontece é geralmente recomendado que o casal tenha outro filho.
Sinceramente não sei até que ponto será mais traumático toda esta espera excessiva em comparação com o trauma gigante de perder um bebé.
É possível que agora queiram simplesmente que toda a situação se resolva depressa, mas a dor que já sentem não vai passar com o parto. Será melhor resolver o parto depressa e só poderem voltar a engravidar daqui por 18m ou 2 anos, ou a tal espera desumana e excessiva mas poderem engravidar dentro de 6 meses?
O que será melhor a longo prazo?

Pimpinelas disse...

Concordo que a amiga da Tatas está a passar por uma situação muito difícil, como é evidente, e quanto mais depressa for para casa melhor. Contudo, acho que há alguns aspectos que temos de ter em conta:
1º Desconhecemos o hospital em causa e se há vaga ou não no serviço. Fui mãe há mês e meio e tive de esperar quase 24h antes que me induzissem o parto (de um bebé saudável graças a Deus) porque não havia vagas (apanhei o encerramento do serviço de obstetrícia de São Francisco Xavier e de Vila Franca de Xira). É possível, mas não sei se é esse o caso, que os médicos, perante a muita procura, estejam a dar preferência a partos de bebés saudáveis, embora com prejuízo para esta mãe.
2º Os hospitais privados não são a opção mais segura para se terem bebés. Quem já não ouviu falar de hospitais privados que aconselham os médicos a praticarem cesarianas, com prejuízo da mulher, apenas para receberem mais dinheiro das seguradoras? Recordo que, num estudo recente, apenas dois hospitais privados foram classificados como tendo todas as condições para a prática de partos.
3º Como já foi referido, o parto natural é sempre a melhor opção,embora neste caso a situação seja particularmente difícil para esta mãe. Com um parto natural a recuperação é mais rápida, menos custosa, passam-se menos dias no hospital e pode-se engravidar mais rapidamente.
4º É inadmissível que esta rapariga não tenha a companhia do marido ou de algum familiar.

Anónimo disse...

aqui está a prova? nos hospitais privados então é que não é mesmo por se pagar que se tem melhores serviços. tem-se melhor hotelaria e melhores condições fisicas que em muitos dos públicos, isso sim. mas os médicos são exactamente os mesmos, os julgam que para irem para a privada têm um curso diferente? operam de maneira diferente?empenham-se de maneira diferente? claro que não!
nos hospitais privados a taxa de cesareanas é mais ou menos de 90 %. e porque? porque em muitos não é possível um parto de urgência. porque ganham MUITO mais (um anestesista, ganha com cada picada de epidural cerca de 400 euros). e correm muitos menos riscos. é só fazer a cirurgia e pronto. não há riscos de terem que fazer cesareanas de emergencia, há menos riscos de as coisas correrem mal para as maes e crianças, etc.

de resto, poderia transcrever o comentário da pimpinelas, muito bem formulado, em todos os aspectos.

Patricia disse...

Sara,

Infelizmente hoje ainda há trabalhos de parto que duram mais do que 24 horas.
Quando a tumtum nasceu, ao fim de 23 horas, há 3 anos atrás, foi-me dito que tive muita sorte pq a minha médica era médica naquele hospital e estava de serviço pelo que se insurgiu pq eu estava há 23 horas assim com 5 dedos de dilatação depois das águas rebentadas há 13 horas, com epidural e reforços, e assim fui levada para uma cesariana, que ela já tinha previsto desde cedo. Mas, como repetiram várias vezes, tive sorte em ter lá a minha médica.

Lamento mto obviamente o caso desta amiga da Tatas que acho do mais indecente possível. Mas é este o Paízinho que temos.

Maria disse...

Situações que não deviam mesmo acontecer.. Marcam totalmente uma pessoa..

que ela fique bem..dentro do possivel.
Um bjnho.

mio disse...

Penso que nestes casos a única razão para os médicos optarem pelo parto vaginal é para tentarem preservar o útero, possibilitando à mulher tentar nova gravidez assim que o desejar. No caso da cesariana teria de esperar cerca de 2 anos.
Mas é claro que é triste e traumatizante.