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quinta-feira, 16 de abril de 2009

A propósito da Vacinação

A partir de um post daqui, achei que este tema daria uma boa entrada para o Babygrows.

A crescente corrente de pais que optam por não vacinar os seus filhos é um assunto preocupante. Ao contrário do que a maioria das pessoas poderá pensar, o Plano Nacional de Vacinação (PNV) não é obrigatório. Para quem não o queira cumprir, basta assinar um termo de responsabilidade, que será apresentado nas escolas ou noutros locais onde normalmente é exigido o boletim de vacinas.
Esta leveza leva-me a temer que muitos pais não vacinem os filhos porque é mais prático andar com um papel do que levar a criança várias vezes ao centro de saúde.

Existem vários mitos em torno da vacinação, mas o que mais despoletou esta fúria anti-vacina foi um estudo publicado na revista Lancet (1998) que relacionava a vacinação com o surgimento do autismo. Apesar deste estudo ter sido mais tarde “condenado” por vários cientistas, por falta de sustentação, esta foi uma ideia que se espalhou, fazendo com que os pais não arriscassem vacinar os filhos.
No entanto, grande parte dos pais que se recusa a vacinar os filhos fá-lo por convicção ideológica ou “filosófica”, baseando-se na teoria de que as vacinas são apenas um meio para engordar a indústria farmacêutica.

No meu entender, a vacinação devia ser obrigatória por uma simples razão: ao escolher não vacinar, estes pais estão a pôr em risco a vida dos seus filhos e dos filhos dos outros. Mais ainda, todas as populações com imunidade reduzida (idosos, recém-nascidos, doentes infecciosos) ficam igualmente em perigo.
Sou absolutamente a favor da escolha dos pais em assuntos que não interfiram directamente com as outras pessoas. Um pai pode e deve escolher se quer recolher as células estaminais no nascimento do filho, pode e deve escolher se quer colocar o filho na creche, pode e deve escolher que tipo de ensino a criança deve seguir, porque nenhuma destas escolhas põe em risco o próximo, porém, um pai que decida não vacinar o filho devia ser responsabilizado judicialmente.

Se a tendência de não vacinar os filhos continuar, pelos hipotéticos riscos não provados que as vacinas possam ter, assistiremos certamente ao ressurgimento de doenças infecciosas como o sarampo e ao aumento do número de casos mortais. É urgente, neste caso, que as dúvidas legítimas sejam completamente esclarecidas e que todos assumamos a nossa responsabilidade perante o resto da sociedade de seguirmos os programas de vacinação vigentes, se não o fizermos pela nossa própria saúde e dos nossos filhos (in Ciência Hoje).

12 comentários:

Mãe das Marias disse...

Concordo plenamente! Está a pôr em causa a sociedade em geral... e sendo asim devia ser obrigatório.

Bjs

JoanaM disse...

Excelente tema para abordar! Eu por defeito de formação sou completamente defensora da vacinação. São o resultado de anos e anos de investigação cientifica. E por muito mal que se diga, ainda bem que temos uma industria farmaceutica. De facto, as vacinas foram essenciais para diminuir a mortalidade infantil. Ate agora, so conheci umas pessoas que optaram por não vacinar... e não percebo... e não concordo...
Mas, mesmo assim, não acho que devam ser obrigatorias. Acho que os pais devem poder escolher. Acho que em Portugal esta ainda é uma minoria. Ou não?

Alexamaral disse...

Confesso-me ignorante no tema. Para mim é completamente normal que todas as crianças e adultos sejam vacinados. Nem sequer sabia que existem defensores da não vacinação e pais que optam por não vacinar os filhos. Odeio levar os meus filhos às vacinas, odeio ver quando são picados, odeio o choro e os gritos que fazem. Mas nunca me passou pela cabeça não os vacinar. É tão elementar como alimentá-los, educá-los ou mimá-los...

mm disse...

Eu acho que a vacinação não deve ser obrigatória (embora a minha filha tenha sido vacinada com tudo e continue a ser).
A razão ideológica que conheço para pais que decidem não vacinar os filhos tem apenas a ver com a saúde dos filhos, visto que as vacinas acabam por ser infecções propositadas no corpo das crianças, além de que certas doenças estão erradicadas e para estes pais não se justifica estar a infectá-los com um vírus que já passou à história.
Além do mais, sendo Portugal um país completamente formatado, duvido muito que um pai com filho não vacinado tenha a vida simplificada: eu tenho sempre de mostrar o boletim de vacinas da minha filha actualizado na creche, e para as inscrições no pré-escolar também é pedido diversas vezes. Não acredito que o pessoal das secretarias das escolas aceite com facilidade termos de responsabilidade. Se nem sequer aceitam crianças com doenças infecciosas (o que é uma discriminação insustentável nos dias de hoje, embora, claro, eu também prefira que a minha filha se dê com pessoas sem doenças, como é normal), não os estou a ver a aceitarem crianças não vacinadas.
O único problema nisto é que em causa está a saúda das crianças e é imponderável saber que vírus os vão infectar e se fizemos bem ou não em vaciná-los: nesta, como em outras coisas, infelizmente só sabemos quando fizemos mal.
(um comentário longo, mas terminado)
Marta

Supertatas disse...

desde que entrou para a escola os colegas deste minusculo já foram violentamente atacados por gastroentrites várias vezes, tendo até alguns ( inclusivé eu e outras mães) estado internados.
Ele nunca apanhou nada porque eu decidi dar-lhe a vacina do rotavirus.
mais vacinas houvesse mais eu dava :|

Pedro disse...

Graças a esta idiotice, já há um ressurgimento de Sarampo no Reino Unido incluindo casos fatais.

Mm: uma vacina NÃO é uma infecção propositada. Esse é um dos grandes enganos sobre as vacinas.

Dar estirpes fracas ou mortas ao sistema imunitário não é a mesma coisa que infectar.

Eu concordo que a vacinação básica deve ser obrigatória. Algumas medidas servem para proteger as pessoas da sua própria ignorância.

Anónimo disse...

[ conheço vários pais que não vacinam os filhos simplesmente porque optam por outros tipos de tratamentos nomeadamente os homeopáticos.

a relação vacina-autismo acho que não teve grande impacto por cá... foi mais nos estados unidos e no reino unido onde acabaram por retirar do mercado as vacinas que continham um derivado do mercúrio: não se provou a relação mas também não continuaram a arriscar.

que por detrás das indústrias farmacêuticas existe uma máquina gigantesca e bem gorda de fazer mais e mais dinheiro... oh pois, se toda a medicação fosse para nos salvar era de borla e não existiam patentes. mas pronto, vivemos num sistema capitalista e isto é só mais uma empresa que podemos ou não optar por consumir os seus produtos.

acho que a vacinação não deve ser obrigatória (a única obrigatória é a do tétano)... da mesma maneira que acho que pais que levam os filhos ao mcdonald's não deviam ser responsabilizados judicialmente :-)

compreendo o medo que sintas com esta história da vacinação... compreendo que não compreendas como podem existir pais que não vacinem os filhos... relaxa... respira fundo...

um abraço,
paula

morgy disse...

Deixo aqui outro post sobre o assunto o qual subscrevo totalmente: http://www.dooce.com/2009/04/07/word-or-two-about-vaccinations

Pimpinelas disse...

Também concordo com a obrigatoriedade do plano nacional de vacinação. E também me parece que pais que optem por não vacinar os filhos não devem ter uma vida nada fácil.

Em relação às vacinas que estão fora do plano, acho que isso já depende do conselho de cada médico. O nosso pequeno, por exemplo, só leva a Prevenar porque o médico entende que as outras não trazem grandes benefícios.

Cátia Cardoso disse...

Bem acho esta história da vacinação em Portugal não ser obrigatória um pouco estranha!!!! A minha irmã tem um filho com 10 anos e deu-lhe todas as vacinas, mas a conselho do pediatra deu-lhas pelo sistema de saúde Espanhol, o porquê eu não sei. O que é certo é que há alguns meses ela recebeu uma carta do sistema nacional de saúde a dizer que o filho não estava vacinado e que o teria que fazer rapidamente pq senão iriam avançar judicialmente contra ela.
A minha irmã foi ao posto médico e apresentou o boletim para provar que o puto tinha todas as vacinas, e até mais algumas que não pertencem ao plano nacional de vacinação, mas não adiantou de nada. Disseram-lhe que ele tinha que ser vacinado de acordo com o plano nacional de vacinas e que teria que tomar todas as vacinas novamente (o que tb não é nada bom), pq era obrigatório, Caso contrário iriam avançar judicialmente.
Só sei que ainda hoje o miúdo anda a tomar vacinas. Por isso não sei se é bem assim como dizes, que basta assinar um termo de responsabilidade e dp fica o assunto resolvido.... se calhar passado 10 anos mandam uma cartinha a ameaçar-te ;)

Anónimo disse...

tatas,

A minha filha tomou a rotavírus e passa a vida com gastroentrites. E também conheço bebés que não tomaram e que se curam das mesmas num abrir e fechar de olhos ou que simplesmente raramente as têm.

Sara,

Da pesquisa que fiz acerca do assunto, ainda me parece que o risco de não se vacinar é maior, mas também percebi que há muita porcaria por detrás das grandes farmacêuticas e que muitas vezes as vacinas não são testadas convenientemente. Especialmente nos Estados Unidos. A questão do mercúrio que foi usado em algumas vacinas é preocupante porque a infecção que este provoca no cérebro dá os mesmos sintomas e posteriores consequências dos piores tipos de autismo. Há relatos e testemunhos de pessoas que trabalharam na elaboração de algumas vacinas que denunciam a falta de rigor e cuidado e outras coisas muito alarmantes.

Felizmete, em Portugal, as vacinas são provenientes do Norte da Europa, onde as condições e o rigor oferecem muito maior credibilidade. Para além disso os números indiciam causas genéticas (cá).

Mas se vivesse nos Estados Unidos onde o número de casos com crianças com autismo tem vindo a aumentar a um ritmo vertiginoso desde que o plano nacional de vacinação passou a incluir um número muito maior de vacinas, se calhar já não ficava tão descansada.

Sónia

Anónimo disse...

[ cátia, não sei como isso aconteceu porque as vacinas em portugal não são obrigatórias... bem, apenas a do tétano. o que acontece quando as pessoas não vacinam os filhos e estão inscritas no centro de saúde é receberem uma carta a avisar. só isto. tenho pena do teu sobrinho que vai levar novamente as vacinas que já levou... :-(

quando fui levar a minha vacina do tétano há 2 anos, a enfermeira do centro de saúde avisou-me que eu não tinha a vacina da hepatite B e que devia tomá-la. eu simplesmente disse que essa era uma vacina que dispensava. a enfermeira não me disse nada, nem me ameaçou judicialmente...